sábado, 30 de julho de 2011

Insensato Colocon - capítulo 18


novela de NOXYEMA JACKSON

CAPÍTULO 18

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 - E aí, Grazy? Tá tudo certo?
 - Você ficou louco, Eduardo? Sai de perto de mim! Tem um tanto de gente que te conhece aqui. Não podemos ser vistos juntos. Tá tudo certo, sim, mas agora dá linha na pipa!
 - Tá bom. Eu vou. Quando chegar a hora, você sabe o que tem que fazer... – e ele sai, retornando para onde estavam Pérola e Kelly.

 - Nossa! Você mal cumprimentou a gente... Chegou todo afobado e foi falar com a Grazy. Não sabia que você a conhecia... Chegou a vê-la em alguma de nossas festas?
 - De fato não conheço mesmo... É que lá na portaria me pediram para dar um recado a ela e foi o que fui fazer. Parece que estão precisando dela lá na entrada... Como vocês estão?
 - Ótimas, apesar de não sabermos bem o que viemos fazer aqui... E você?
 - Estou bem, Pérola! Resolvi o meu lance com as meninas lá em Ribeirão e acho que elas estão chateadas comigo, mas... fazer o quê? Eu me apaixonei... Estou noutra...
 - Apaixonou? Por quem? Conta logo este babado, menino! – indaga Kelly toda curiosa.
 - Tá vendo aquele travesti ali? O nome dela é Verusca... Ela é minha nova paixão!
 - O quêêê??? Você? Apaixonado por um travesti? Estou boba! – exclama Pérola.
 - Foi o que a Priscila e a Marisa disseram. A Priscila, então, quase faltou me bater. Não se conforma em ser, entre aspas, trocada por um travesti. Mas, “o coração tem razões que a própria razão desconhece”, não é? Eu vou até lá falar um “oi” para ela, ok! Volto logo...

 Eduardo vai ao encontro de Verusca, que já tinha notado a presença do bofe, ficando com a cabeça cheia de dúvidas do porque dele estar ali, no sítio de Mr. Gonzaga. “Será que ele é envolvido com colocon”? – indagou para si mesma. Porém, ficou na dela, à espera que ele se manifestasse. Adrianny também tinha visto Eduardo chegar. Conteve a emoção, mas, dentro de si, ficou toda eufórica para conhecê-lo mais de perto. O bofe se aproxima das monas.
 - Oi, Verusca! Que surpresa você estar aqui... – ele pega na mão das bibas.
 - Oi, Eduardo! É... Eu vim até aqui para resolver um lance meu. E você? O que faz aqui?
 - Pode parecer estranho eu estar aqui, Verusca, mas depois eu te explico com calma. Como você passou a semana? Sentiu saudade de mim? Eu senti muita de você...
 - Acho que este não é o melhor momento para falarmos sobre isso, Eduardo... Eu passei a semana cheia de preocupações e também saí à procura de um emprego.
 - Ah, que bom! Eu também tive uma semana agitada. Mas, você está certa. Aqui não é o melhor local para falarmos de nós. Posso ir à sua casa mais tarde?
 - A hora que eu for embora, eu te aviso! Se quiser, você pode ir ao meu ateliê, sim...
 Adrianny só escutava a conversa dos dois. Por dentro, estava morrendo de inveja da amiga e possessa de raiva com Carlos que, até àquela hora, não havia dado sinal de vida.

 Marisa e Priscila foram conversar com Fabinho San Mon Netty para acertar detalhes da contratação. Lucas e Danilo, fãs ao extremo do empresário, foram na cola das duas a fim de ter uma melhor aproximação com Fabinho. Eles não se cabiam de tanta felicidade por estarem diante de seu ídolo. Fabinho percebeu a euforia do casal e, para delírio deles, convidou-os para, depois da reunião, irem até sua mansão para tomarem um drink e falarem amenidades. Danilo e Lucas quase tiveram uma síncope. Priscila e Marisa também foram convidadas.

 Garçons servindo os convidados, buffet de primeira, música ambiente... Quase duas horas depois, e muitos não sabiam por que tinham sido convidados para a reunião no sítio. Neste interim, Tyler chega para a reunião na companhia de Carlos e Eloy. No entanto, nenhum dos três vai ao encontro de Verusca ou Adrianny, que só observam a atitude dos bofes.
 Após muita expectativa, Gonzaga surge entre os convidados e vai logo dizendo:
 - Quero anunciar para todos a minha candidatura a prefeito de Paraíso!


Continua na próxima postagem.
Esta é uma história de ficção.
Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou fatos, terá sido mera coincidência.

Edição 928

Abaixo a imagem da edição n.º 928 do CULTURA POP GLS, publicada no Jornal do Sudoeste - São Sebastião do Paraíso/MG, do dia 31 de julho de 2011.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mais da metade dos brasileiros são contra união gay, diz Ibope


Uma pesquisa do Ibope Inteligência divulgada nesta quinta-feira mostra que 55% dos brasileiros são contrários à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que reconheceu a união de casais do mesmo sexo.


O estudo, realizado entre os dias 14 e 18 de julho, identifica que as pessoas menos incomodadas com o tema são as mulheres, os mais jovens, os mais escolarizados e as classes mais altas.
Sobre a decisão do STF, 63% dos homens e 48% das mulheres são contra. Entre os jovens de 16 a 24 anos, 60% são favoráveis, enquanto 73% dos maiores de 50 anos são contrários.

Considerando a escolaridade, 68% das pessoas com a quarta série do fundamental são contra a decisão, enquanto apenas 40% da população com nível superior compartilha a opinião.
Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, 60% são contra. Já no Sul a proporção cai para 54% e, no Sudeste, 51%.

Questionados se aprovam a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, a proporção de pessoas contrárias é a mesma dos que não querem a união gay: 55%.
Apesar da maioria contrária à união gay, a pesquisa revela que o brasileiro, de modo geral, é tolerante com homossexuais em seu cotidiano.

Perguntados se se afastariam de um amigo caso ele revelasse ser homossexual, 73% disseram que não. A maioria também aprova totalmente que gays trabalhem no serviço público como policiais (59%), professores (61%) ou médicos (67%).

"Os dados mostram que, de uma maneira geral, o brasileiro não tem restrições em lidar com homossexuais no seu dia a dia, tais como profissionais ou amigos que se assumam homossexuais. Mas ainda se mostra resistente a medidas que possam denotar algum tipo de apoio da sociedade a essa questão, como o caso da institucionalização da união estável ou o direto à adoção de crianças", afirma Laure Castelnau, diretora do Ibope Inteligência.

A pesquisa ouviu 2.002 pessoas com mais de 16 anos em 142 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Parada Gay de Betim/MG

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Parada Gay reúne 60 mil em BH

Cerca de 60 mil pessoas se reuniram na Praça da Estação, em Belo Horizonte, no domingo, 24 de julho, para participar da 14ª Parada do Orgulho Gay. Em meio a uma grande festa, o dia foi marcado por protesto contra a homofobia. Com o tema “Homofobia Mata e Deve Ser Crime”, o objetivo era chamar a atenção da população para o aumento da violência contra homossexuais. Durante o evento, foram distribuídas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), com apoio das ONGs, cerca de 30 mil camisinhas.

A concentração começou às 11h. A partir das 16h, o presidente do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos), Carlos Magno, chamou ao palco o primeiro casal gay casado no Brasil. O casal de Goiânia é formado pelo jornalista Léo Mendes, de 47 anos, e pelo estudante de jornalismo Odílio Torres, de 21 anos, que protagonizaram um casamento simbólico.

A multidão se dirigiu à avenida Afonso Pena, em direção à rua da Bahia, seguindo dois trios elétricos, com uma bandeira de cinco metros, com as cores do arco-íris. A passeata seguiu até a rua Professor Moraes, onde foi concluída.

Aids em Belo Horizonte

Segundo dados da gerência de epidemiologia da SMSA, desde os primeiros registros da doença em Belo Horizonte, no início da década de 80, até hoje, foram verificados 8.130 casos de Aids na capital. A maioria dos casos é de pessoas que estão na faixa etária entre 20 e 39 anos (60% dos casos). A partir de 2003, houve uma diminuição da incidência anual, com estabilização nos últimos três anos em torno de 450 novos casos por ano.

Na década de 1980, eram registrados 11 casos em homens para cada caso em mulheres. Hoje, a estatística aponta dois casos em homens para cada caso em mulheres. Em 2010, foram registrados 424 novos casos em moradores de Belo Horizonte. Já em 2011, até o mês de julho, foram registrados 155 novos casos.

domingo, 24 de julho de 2011

Insensato Colocon - capítulo 17


novela de NOXYEMA JACKSON

CAPÍTULO 17

 Verusca não gostou nada de ver Eloy na companhia de Tyler, assim como Adrianny não gostou de ver Carlos chegando junto com eles.
 - Demorei, mas cheguei! Diz aí, Verusca, o que tanto você quer falar comigo?
 - Irei direto ao assunto, Tyler! Não vejo com bons olhos você e Eloy andando juntos...
 - E eu vou aproveitar a deixa e dizer o mesmo para você, Carlos...
 - Nossa! Pelo visto as duas resolveram me crucificar, bem ao estilo: “diga-me com quem tu andas, que te direis quem és”. Pára, meninas! Carlos e Eloy tem a cabeça no lugar!
 - Aliás, eu tenho as duas cabeças no lugar, Adrianny! Desencana! – diz Carlos.
 - E eu também, Verusca... Eu sei que a gente não tá mais junto, que você se preocupa comigo, mas fique fria. A gente não se envolve no que o Tyler faz. Estamos “de boa”.
 - O problema, meninos, é bem a frase que o Tyler disse mesmo: ele é manjado pelos alibãs, vive carregando “colocon” pra lá e prá cá. Vamos que numa batida vocês estão juntos? Roda todo mundo, e aí? Vocês vão abraçar a fita por serem menores? Vão é estragar a vida!
 - Verusca, Adrianny, sem estresse! Eu só encontrei com os moleques no caminho. Eles estavam vindo para cá, eu peguei carona, só isso!
 - Mentira, Tyler! Eu vi você e o Eloy em atitude bastante suspeita hoje lá na praça!
 - Xiii, Adrianny! E só porque você viu, já pensou bobagem? A gente tava vendo um esquema com umas minas aí e, aliás, estamos atrasados. Eles devem estar esperando...
 - Uai, já vão embora? Nada disso. Hoje ninguém sai daqui. – diz Verusca, nervosíssima.
 - Só passamos aqui para falar “oi” e tranquilizar a inquietação de vocês. – diz Carlos.
 - Se vocês saírem daqui, nós iremos atrás e vamos melar este esquema com garotas!
 - Ah, pára, Adrianny! Sem chantagem emocional, ok! Quanto a mim, eu até concordo com vocês porque sou manjado mesmo na city, mas eles dois aí não estão fazendo nada de errado. Mas, tudo bem! Se eles não quiserem ir, eu vou sozinho e fico com as três.
 Mesmo nervosa, Verusca não diz nada, à espera da atitude de Eloy, por quem ficou emocionada de vê-lo novamente. O bofe percebe o estado da mona e opta por não ir embora.
Já Carlos reage ao contrário e decide ir com Tyler, para desespero de Adrianny, que não esperava esta decisão de seu bofe. Ela tenta impedi-lo de sair, mas ele vai com Tyler, e deixa-a falando sozinha. A biba começa a chorar, sendo consolada por Verusca e Eloy.

 O final de semana chega. Com ele, a reunião marcada no sítio por Mr. Gonzaga.
 Mesmo arrasada e sem notícias de Carlos, Adrianny decide ir com Verusca à reunião com o “poderoso chefão”. Era o dia do acerto das contas... Verusca havia reatado com Eloy, mas não tirava Eduardo da cabeça e nem Tyler, a quem esperava ver no sitio de Gonzaga.
 A contragosto, Pérola decide ir com Kelly na reunião convocada por Gonzaga. As lésbicas sabiam de cor e salteado qual era o meio de vida do “poderoso chefão”. Porém, Kelly queria ver de perto aquele ambiente e levar toda a experiência para a sala de aula, onde os alunos estavam cada vez mais eufóricos pelos temas polêmicos. Além do mais, o convite havia partido de Grazy, que sempre frequentava as festas promovidas pelas lésbicas e ela garantiu que a reunião não seria para tratar de “colocon”. Porém, não revelou qual era o assunto...
 No sítio também estava Fabinho San Mon Netty, o que deixou a cabeça de Pérola e Kelly mais intrigada. E esta sensação aumentou consideravelmente quando elas viram chegar Marisa e Priscila, acompanhadas de dois rapazes que, só de olhar, já se via que eram gays. Tratava-se de Danilo e Lucas. O cumprimento de Priscila para Kelly foi ríspido, e todos notaram o climão pairado no ar. Instantes depois, Eduardo chega ao local. Mal cumprimenta Pérola, Kelly, Marisa, Priscila, Lucas e Danilo e vai logo falar com Grazy, deixando-os cheio de dúvidas.

Continua na próxima postagem.
Esta é uma história de ficção.
Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou fatos, terá sido mera coincidência.

Edição 927

Abaixo a imagem da edição n.º 927 do CULTURA POP GLS, publicada no Jornal do Sudoeste - São Sebastião do Paraíso/MG, do dia 24 de julho de 2011.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Saúde contempla 37 projetos de prevenção às DST, aids e hepatites virais


Na perspectiva do direito à saúde, a medida visa combater a vulnerabilidade da comunidade LGBT a essas doenças em decorrência do estigma e preconceito.

As ações de prevenção das DST, aids e hepatites virais realizadas durante as mobilizações do orgulho gay deste ano no Brasil vão contar com R$ 1,3 milhão. O recurso será repassado a 37 instituições selecionadas por meio de edital público para desenvolver atividades de promoção à saúde de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). O resultado da seleção, divulgado esta semana, tem por objetivo também estimular a realização de teste e diagnósitco precoce para o HIV e hepatites virais. Cada proposta contemplada receberá até R$ 25 mil.

Das propostas aprovadas na chamada, 20 são de cidades do interior do país. As outras 17 saíram para instituições de capitais. Minas Gerais lidera o ranking dos estados com sete instituições aprovadas, seguida da Bahia, com quatro. São Paulo e Maranhão tiveram três ações selecionadas, cada.

Segundo a divisão por macrorregiões, o Nordeste está em primeiro lugar, com 15 projetos. O Sudeste está em segundo lugar, com 13 ações aprovadas. Norte, Sul e Centro-Oeste têm o mesmo quantitativo selecionados, três. Em números percentuais, as regiões Norte, Centro-Oeste e Sul detiveram, cada uma delas 8,11%, Sudeste (35,14%) e Nordeste (40,54%). Os projetos contemplados terão acompanhamento das Coordenações de DST, Aids e Hepatites Virais dos respectivos estados e municípios.

Na perspectiva do direito à saúde, a medida visa combater a vulnerabilidade da comunidade LGBT a essas doenças em decorrência do estigma e preconceito. “Desde o início do enfrentamento do HIV/aids, em nosso país, a carga de discriminação imposta especialmente a gays, travestis e transexuais tornou-se um grande desafio a ser superado para que medidas preventivas e de cuidados pudessem ser adotadas”, observa o diretor-adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa.

Apoiar iniciativas de promoção à saúde, principalmente nesses grupos, entre os quais a epidemia ainda hoje apresenta grande concentração (de cada 100 mil pessoas, 19,4 têm aids; de cada 100 mil gays, 226,5 têm a doença) é mais um passo para o alcance dessas populações. Na política de enfrentamento das DST, aids e hepatites virais, as parcerias entre as organizações sociais e o governo são fundamentais para a ampliação do acesso e ações efetivas que gerem confiança e adesão da população às ações de prevenção, diagnóstico e tratamento desses agravos.

A garantia dos direitos humanos das pessoas vivendo com aids e dos grupos em situações mais vulneráveis ao HIV – principalmente profissionais do sexo, usuários de drogas, gays e HSH (homens que fazem sexo com homens), travestis e transexuais – sempre estiveram na pauta do governo e cada vez mais fazem parte do conjunto de ações implementados no Sistema Único de Saúde (SUS).

Em MINAS GERAIS, foram aprovados os seguintes projetos:

ALFENAS

"Ações de prevenção das DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais e de promoção à saúde na VIII Parada do Orgulho GLTTTBS do sul de Minas Gerais", projeto do Movimento Gay de Alfenas e região sul de Minas Gerais (MGA).

BELO HORIZONTE

"Ações de prevenção na 14ª Parada do Orgulho LBGT de Bêlo e na VII Semana BH sem Homofobia", projeto da Associação Lésbica de Minas (Além).

MONTES CLAROS

"8ª Parada do orgulho GLBT de Montes Claros", projeto do Movimento Gay dos Gerais.

SÃO JOÃO DEL REY

"Saúde, Prevenção e Comunicação na Parada 2011", projeto do Movimento Gay da Região das Vertentes (MGRV).

UBERLÂNDIA

"Ações de Prevenção de HIV/AIDS e Hepatites Virais durante a 10ª Parada do Orgulho LGBT de Uberlândia e 7ª Semana Cultural do Orgulho", projeto da Associação Homossexual de Ajuda - Grupo Shama.

VARGINHA

"Ações de Prevenção às DST/Aids e Hepatites Virais no II Final de Semana da Diversidade e III Parada do Orgulho Gay de Varginha", projeto do Grupo Gay de Varginha (GGV).

Pai e filho abraçados são confundidos com casal gay e agredidos violentamente

Com parte da orelha decepada por conta de um gratuito ataque homofóbico ocorrido na madrugada da última sexta-feira em São João da Boa Vista, um homem de 42 anos está traumatizado.      
Ele e seu filho andavam abraçados pela Exposição Agropecuária Industrial e Comercial (EAPIC), em São João da Boa Vista, quando um grupo os confundiu com um casal gay e partiu para cima dos dois com socos e agressões verbais.
Segundo conta o pai, que não se identificou, um grupo de sete jovens aproximou-se dos dois e perguntou se eles eram gays. O homem explicou que eram pai e filho, mas os rapazes não acreditaram e houve um princípio de tumulto. A briga foi apartada e o grupo de jovens foi embora. Mas eles voltaram cinco minutos depois e começaram a agredir os dois. Um dos agressores mordeu a orelha do pai, decepando-a. “Na hora que eu acordei as pessoas diziam que eu estava sem a orelha”, contou.    
O filho, um adolescente, teve agressões mais leves. O delegado do 1º Distrito da Polícia Civil de São João Boa Vista, Fernando Zucarelli, disse que vai investigar quem foram os jovens agressores.

sábado, 16 de julho de 2011

Parada do Orgulho Gay em Alfenas/MG




Insensato Colocon - capítulo 16


novela de NOXYEMA JACKSON

CAPÍTULO 16

 - Tá tudo aqui, meu chefe! Pode conferir a quantidade de mercadoria levada com a grana. Os negócios foram ótimos. A clientela já está querendo mais! O bagulho é poderoso!
 - Como você sabe? Usou? Olha lá, pivete! Não quero gente viciada trabalhando pra mim. E outra coisa: chegou ao meu conhecimento que você tá me enganando... É verdade?
 - Quem ousaria enganar o Mr. Gonzaga e amanhecer com a boca cheia de formiga? Eu não sou louco, patrão! Quem te bolou essas ideias aí tá de caô! Eu sou firmeza contigo, chefe!
 - Hum! Estou de olhos bem abertos em você, hem! Já conferi. Tá tudo certinho. Se for levar mais, veja aí com a Grazy. Final de semana quero o pessoal aqui para uma reunião. E sua amiguinha travesti? Já levantou a grana para me pagar?
 - A Verusca vai honrar o compromisso assumido contigo, chefe! Eu garanto!
 - Hummm, o pivetinho tá defendendo a bichinha! Vai sair casamento? Serei padrinho!
 - Sem zueira, chefe... Mas, pode crê! Gosto muito da Verusca e não escondo isto, não!
 - É o fim do mundo! Tanta menininha aos seus pés e você aí, atrás de um viado!
 - Olha o preconceito, chefe! Não vamos discutir sobre isso, morô! De fato tem uma pá de mina na minha cola, mas nenhuma delas chega aos pés da Verusca! Ela arrasa! Posso ir?
 - Pode sim, moleque! Juízo, hem! Te espero pra reunião. Lembranças à Verusquinha...
 Tyler despede-se de Gonzaga e vai falar com Grazy a fim de pegar mais “colocon”.
 - Ouvi toda a conversa de vocês! Portou-se bem! Continue assim! Já separei o bagulho.
 - Grazy, você tem certeza do que vai fazer? Acha que é o momento certo?
 - Moleque, já está tudo esquematizado. O Eduardo vem para executar o serviço!
 - Vichi, aquele cara virá aqui de novo? Não tinha outra pessoa para você arrumar, não?
 - Qual é, Tyler? Crise de ciúmes, agora? Você sabe muito bem porque o Eduardo se aproximou da Verusca. Se rolou algo mais forte entre eles, amore, aí já não é problema meu...
 - A única coisa que eu quero é ver a Verusca livre desta situação, mais nada!
 - Então trate de fazer a sua parte no plano que sua amadinha sairá ilesa. Agora vai!
 Grazy despacha Tyler e depois volta para a sala levando uma garrafa de vinho. Lá ela se aconchega nos braços de Gonzaga que já estava preparando o fondue.

 Em Ribeirão, Marisa decide sair com Lucas e Danilo. Precisava esfriar a cabeça depois da discussão que tivera com Priscila. Aos amigos, ela conta em detalhes a revelação de Eduardo. Os dois ficam surpresos com a bissexualidade do rapaz e até brincam...
 - Nossa, se eu soubesse que ele gostava da fruta, já estava na minha rede há tempos!
 - Danilo, me respeite! Mas, em se tratando do Dú, concordo com você, amor!
 - Ai, meninos! O Dú não é lá essas coisas! A néca não é odara e ele mal sabe beijar...
 - Então por que você não o despachou, Marisa? Ainda o quer, para quê?
 - Ah, como companhia ele é ótimo, faz-me rir bastante. Na cama, deixa muito a desejar... Mas tem outro lance aí que, por enquanto, eu não posso falar...
 - Xiii, tá de segredinhos com a gente agora? A lôka, hem! – diz Danilo, dando chilique.
 - Eu tô com dó é da Priscila... Já pensaram? Assediada pela Kelly, trocada por um travesti... Homofóbica do jeito que é, o que mais falta acontecer com ela? – indaga Lucas.
 - Ser pedida em casamento pelo Fabinho San Mon Netty! – diz Marisa. E todos riem.

 Em Paraíso, Verusca ouviu atentamente a solução apresentada por Adrianny para que ela resolvesse a dívida com Gonzaga. A biba achou a ideia maluca, porém não via outra saída. Até aquele momento, as monas não tinham falado de seus bofes. Quando iam começar, são interrompidas pela chegada de Tyler, que estava na companhia de Carlos e Eloy.

Continua na próxima postagem.
Esta é uma história de ficção.
Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou fatos, terá sido mera coincidência.

Edição 926

Abaixo a imagem da edição n.º 926 do CULTURA POP GLS, publicada no Jornal do Sudoeste - São Sebastião do Paraíso/MG, do dia 17 de julho de 2011.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Parada Gay em Franca/SP

Novo projeto sobre criminalização da homofobia deve ser apresentado em agosto


A senadora Marta Suplicy (PT-SP) entregou, na terça-feira (12), para os integrantes da Frente Parlamentar Mista LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), a minuta de um novo projeto de lei que trata da criminalização da homofobia no país. O texto vai substituir o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, de autoria da ex-deputada Iara Bernardi, do qual Marta é relatora.

Segundo a assessoria da senadora, a minuta foi elaborada em um trabalho conjunto com os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e com o presidente da Associação de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ALGBT), Toni Reis.

A iniciativa surgiu depois de várias tentativas de acordo sobre o texto do PLC 122/06. O ponto que colocou em choque o movimento LGBT e líderes religiosos era a criminalização do discurso contrário à homossexualidade. Padres e pastores, por exemplo, diziam temer medidas como a prisão, caso se pronunciassem nesse sentido.

Para Marta Suplicy, a partir de um acordo com as bancadas ligadas a igrejas cristãs, ficará mais fácil conseguir a aprovação de uma legislação que considere a homofobia como crime. De fato, a minuta do substitutivo não trata da punição a declarações que desaconselhem o comportamento homossexual ou o critiquem do ponto de vista intelectual, desde que essas declarações sejam pacíficas.

O que o novo projeto faz é definir "crimes que correspondem a condutas discriminatórias motivadas por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero bem como pune, com maior rigor, atos de violência praticados com a mesma motivação". Um desses crimes seria o de "induzir alguém à prática de violência de qualquer natureza motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero".

Agora, por meio dos deputados Jean Willis (PSOL-RJ) e Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), a proposta será discutida com a bancada evangélica da Câmara dos Deputados e com outros representantes do movimento LGBT. Em declaração ao site da liderança do PT, Marta Suplicy disse que o projeto deverá ser apresentado em agosto e votado em outubro.
- Se conseguirmos avançar com esse texto, tenho certeza que poderemos aprová-lo. Paciência e determinação levarão a uma boa negociação - afirmou Marta.

Penas
 O texto trata, especificamente, de discriminação no mercado de trabalho e nas relações de consumo, além de tratar da indução à violência. Prevê, por exemplo, que um empregador poderá ser punido com até três anos de reclusão se deixar de contratar um funcionário, que atenda as qualificações exigidas, por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Se o crime for cometido no âmbito da administração pública, essa pena aumenta em 1/3.

De acordo com o site da Liderança do PT, "no caso das relações de consumo, recusar ou impedir o acesso de alguém a um estabelecimento comercial ou se negar a atender uma pessoa por preconceito sexual, poderá gerar penas que variam de um a três anos de reclusão".

Lei Alexandre Ivo
A exemplo da Lei Maria da Penha, a lei que será criada para combater a homofobia será batizada de Lei Alexandre Ivo, em homenagem ao adolescente que foi assassinado pelo fato de ser gay. Alexandre Thomé Ivo Rojão, de 14 anos, foi sequestrado, torturado e morto, no município de São Gonçalo (RJ), em junho do ano passado. Segundo a polícia, o crime teria sido praticado por skinheads e motivado por intolerância à sua orientação sexual.
Da Redação / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Programação da 14ª Parada LGBT de Belo Horizonte

16/07/2011- Lançamento do Manifesto da 14º Parada do Orgulho LGBT

16/07/2011- O Arco-íris vai à feira
Local: Feira de Comidas Típicas Tom Jobim, 13h
Endereço: Av. Bernardo Monteiro, S/N, esquina com Av. Brasil,  Funcionários – BH/MG
Contato: (31) 3075-5724

17/07/2011- I Feijoada da Diversidade
Local: Escola de Samba Cidade Jardim, a partir das 12h.
Endereço: Rua Gentios, 1415 c/ a Raja Gabaglia, 2200 – Conjunto Santa Maria
Contato: (31) 3075-5724

18/07/2011- Mostra de Filme – 3 Formas de Olhar
Filme: Dzi Croqueti
Local: Centro de Cultura de Belo Horizonte, 19h
Endereço: Rua da Bahia , 1149 – Centro – BH/MG
Contato: (31) 3075-5724

19/07/2011- CRP-MG na luta por uma Minas sem homofobia
Tema: “Uma conversa franca: conhecendo mais sobre o kit escola sem homofobia”.
Local: Sede do Conselho Regional de Psicologia
Endereço: Rua Timbiras, 1532, 6º andar – Lourdes – BH/MG
Realização: Comissão de Direitos Humanos/CRP-MG e CELLOS-MG
Contato: (31) 2138-6767

20/07/2011- Cerimônia de entrega do VII Prêmio Direitos Humanos e Cidadania LGBT de Belo Horizonte
Local: Museu Histórico Abílio Barreto, 19h.
Endereço: Av. Prudente de Moraes, 202- Cidade Jardim – Belo Horizonte
Contato: (31) 3075-5724

21/07/2011 – Seminário: Decisão do Supremo Tribunal Federal e seus desdobramentos na garantia dos direitos e cidadania LGBT
Local: Assembléia Legislativa de Minas Gerais
Endereço: Rua Rodrigues Caldas, 30 – Santo Agostinho, - BH/MG
Realização: Centro de Referência LGBT de Belo Horizonte, Comissão da Diversidade Sexual da OAB-MG, Ministério Público Estadual.
Contato: (31) 3277-4128

22/07/2011- 9º Seminário Saúde e Visibilidade
Local: Secretaria Municipal de Políticas Sociais de Belo Horizonte, 14h
Endereço: Av. Espírito Santo, 505, 18º andar – Centro – BH/MG
Realização: Associação Lésbica de Minas Gerais
Contato: (31) 3267-7871

23/07/2011- I Seminário Mineiro de Organizadores de Parada que fazem prevenção as DST/AIDS e Hepatites Virais
Local: Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania, 9h
Endereço: Av. Espírito Santo, 505, 12º andar – Centro – BH/MG
Contato: (31) 3075-5724

23/07/2001- Encontro de Voluntários – Tudo Haver Especial
Local: Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania, 14h
Endereço: Av. Espírito Santo, 505, 12º andar – Centro – BH/MG
Contato: (31) 3075-5724

23/07/2011- Festa da XIV Parada do Orgulho LGBT de Belô
Local: Gis Club, 22h
Endereço: Av. Barbacena, 133, Barro Preto – BH/MG
Contato: (31) 2515-4121

24/ 07/2011 – XIV Parada do Orgulho LGBT de BH
Local: Praça da Estação – Centro de Belo Horizonte
Horário: a partir das 11h - Ato: Político e Cultural
16h - Saída da Parada
Itinerário: Rua da Bahia, Av. Afonso Pena e finaliza c/ a Rua Prof. Moraes
Realização: CELLOS-MG
Contatos: (31) 3075-5724,
E-mail:
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sábado, 9 de julho de 2011

Insensato Colocon - capítulo 15


novela de NOXYEMA JACKSON

CAPÍTULO 15

 - Eduardo, você bebeu, tá louco de pedra, pirou, ou coisa do gênero? Trocar eu e a Marisa, duas gatas top de linha, por um traveco? O que ela tem que nós duas não temos?
 - Meninas, eu sei que este lado meu vocês desconheciam, mas eu sou bi, curto, e daí? Eu sempre deixei bem claro para vocês que nosso lance era apenas uma aventura, nada sério!
 - Isso é verdade, Priscila! O Dú nunca iludiu a gente com promessas, tipo, casamento... Mas, confesso: também estou estupefata com esta revelação. Quem diria! Até tu, Brutus!
 - “Quem vê cara, não vê coração”, amores! Eu quero terminar numa boa com vocês!
 - Eu me sinto traída, Dú! Jamais esperava isso de você... Trocada por um traveco... Aff!
 - E você esperava o que, Priscila? Que eu chegasse aqui e escolhesse entre você ou a Marisa? Olha que eu optaria por ela de olhos fechados, viu! Marisa é muito mais caliente, sadomasoquista, ousada, diferente de você, que é frígida e cheia de frescuras...
 - E ainda por cima você vem aqui para me ofender? Vá embora, Eduardo! Já disse o que queria? Então, vaza! Vá se esbaldar com essa bichinha travestida e nos deixe em paz!
 - Ei! Tire esse “s” das suas palavras... Eu não quero que o Dú me deixe em paz. Respeito a decisão dele, mas... Se um dia ele quiser voltar, terá carinho em meus braços!
 - Tá vendo, Priscila, a diferença entre você e ela? Obrigado, Marisa, por me entender!
 - Ah, a Marisa é uma sonsa! Vive aí sonhando com italiano milionário! Eu sou mais eu!
 - Bom... Eu já disse o que queria! Se quiserem ficar “de boa” comigo, a amizade é a mesma. Se não quiserem, paciência! Foi muito bom enquanto durou, agora, cada um na sua!
 E sem muitas delongas, Eduardo despede-se e sai, deixando as duas discutindo a decisão dele e o que uma havia dito sobre a outra. Quase brigaram, porém, desculparam-se.
 Eduardo sentia-se aliviado por ter se livrado daquele triangulo amoroso. Agora, para executar o plano com Grazy, teria que esquecer Verusca, a quem estava, de fato, apaixonado.

 Em Paraíso, após várias tentativas, Verusca consegue falar com Tyler e pede ao bofe para ir até seu ateliê. “Preciso ter um papo sério com você” – disse a ele.
 - Olha, o “poderoso chefão”, aquele para quem você tá devendo aquela grana, também me ligou agorinha querendo “bolar uma ideia” comigo e, como é ele quem me fornece os bagulhos para eu tirar o meu sustento, vou ver o que ele quer primeiro. “Se pá” mais tarde eu colo aí na sua goma, falow? Me espere naqueles trajes, minha gata!
 - Vou esperar você pra gente conversar e mais nada! Você é esquisito, Tyler! Tem hora que me trata como uma deusa; depois me trata como um lixo! Detesto gente de duas caras!
 - Sem neura, Verusca! Você tá cansada de saber como eu sou... É que eu estava na maior viagem quando encontrei vocês mais cedo... Eu experimentei o bagulho que o Gonzaga me fez buscar em Ribeirão. É poderoso demais, véi! E outra, não gostei de ver aquele maluco saindo aí da sua goma! Você é minha e de mais ninguém, morô! Mas, depois a gente se fala. Tenho que ir ao encontro do meu chefe, senão ele manda os truta dele atrás de mim.
 Tyler desliga o celular e vai ao encontro de Mr. Gonzaga. Minutos depois, Verusca recebe a visita de Adrianny, que não estava na companhia de Carlos.
 - Amiga, acho que tenho a solução perfeita para você resolver sua dívida com este Gonzaga! Sente aí e me escute! – e Adrianny passa a relatar para Verusca a sua ideia.

 Tyler chega ao sítio do “poderoso chefão” e é recebido na varanda por Grazy.
 - Veja lá o que você vai dizer a ele, seu moleque! Se pisar na bola comigo, já sabe né!
 Ao entrar, Tyler encontra Gonzaga diante da lareira. Estava muito frio aquela noite.
 - Finalmente você chegou! Como foram os negócios? Vendeu tudo? Passa a grana!

Continua na próxima postagem.
Esta é uma história de ficção.
Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou fatos, terá sido mera coincidência.

Edição 925

Abaixo a imagem da edição n.º 925 do CULTURA POP GLS, publicada no Jornal do Sudoeste - São Sebastião do Paraíso/MG, do dia 10 de julho de 2011.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

filme sobre a vida de São Sebastião

A mais polémica representação cinematográfica de São Sebastião, quiçá a única, deve-se a Derek Jarman (1942-1994), cineasta EN, cuja cinematografia, constituída por 11 filmes, tem em Sebastiane (1976) seu primeiro longa-metragem.

Dirigido por Derek Jarman e Paul Humfress, escrito por Derek Jarman e James Whaley, com música de Brian Eno e Andrew Thomas Wilson, tendo no internacional elenco Leonardo Treviglio (como São Sebastião), Barney James (no papel de Severo), Neil Kennedy (Máximo), Richard Warwick (Justino), Robert Medley (Diocleciano), o filme causa estranhamento, primeiramente porque seus diálogos são todos em latim, língua considerada morta. Note-se que, em 2004, Mel Gibson usou, em seu polémico "The Passion of Christ" (A Paixão de Cristo), também o latim, ao lado do hebraico e do aramaico.

São Sebastião, antigo capitão da guarda pretoriana de Diocleciano, passou à iconografia como um mártir em que na nudez escultural se exalta o sacrifício da juventude e da beleza, mas que em certas representações uma atitude equívoca do corpo crivado de setas sugere o que hoje chamamos de masoquismo. Derek Jarman, com o seu primeiro filme, "Sebastiane", abstraiu-se quase completamente do contexto histórico e da motivação religiosa do personagem para se entregar, com alguma complacência, à hagiografia "desviada" do santo, tal como uma a elaborou parte da cultura moderna. A morte de Sebastião surge aqui como o resultado do desejo trágico, cuja impossibilidade parece, apesar de tudo, abstracta, dada a insuficiente caracterização psicológica. E podíamos ver neste final uma variação do tema de Salomé. Como São João Batista, Sebastião é condenado à morte por despertar um desejo impossível, que o facto de ser partilhado torna mais impossível ainda na dialéctica do sacrifício.

Para baixar o filme, CLIQUE AQUI.

Movimento LGBT propõe "Lei Alexandre Ivo"

Inspirada no assassinato de garoto de 14 anos,
nova legislação torna crime a homofobia

"Preservando a memória de Alexandre Ivo que foi morto barbaramente
por motivo de  homofobia e transformando uma tragédia em marco para a Vida."

Essa foi uma semana agitada para o PLC 122, o projeto de lei aprovado na Câmara que criminaliza a homofobia (e que agora tramita no Senado). Houve boatos sobre um suposto arquivamento, sobre uma mudança de numeração e sobre a apresentação de um novo texto.

Essa última versão, aliás, é a que mais se aproxima da realidade. "Chegamos à conclusão que, devido à demonização do PLC 122 pela bancada evangélica, deveríamos apresentar um novo projeto de lei, mantendo as principais diretrizes no combate à homofobia," explicou a senadora Marta Suplicy (PT-SP), relatora do projeto.

Em meio a esses rumores, começou a tomar corpo na internet um movimento de apoio a que essa lei seja denominada "Lei Alexandre Ivo", em homenagem ao adolescente assassinado há exatamente um ano, no Rio de Janeiro.

"Seria como a Lei Maria da Penha," explica Deco Ribeiro, diretor da Escola Jovem LGBT, de Campinas (SP), um dos primeiros a propôr a mudança. "Ninguém sabe o número, mas todo mundo a conhece e sabe pra que serve. É impossível deixar de pensar na mulher e na violência que ela sofreu só de ouvir o nome da lei. Esse efeito pode nos ajudar a derrubar as objeções ao projeto".

A ideia reapidamente conquistou apoio irrestrito de todos os setores do Movimento LGBT, em espaços de discussão e nas redes sociais. "Acho super conveniente e tem todo o meu apoio," afirmou Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). Para o prof. Luiz Mott, decano do Movimento LGBT, "a ideia, além de ótima, é muito comovente". Carlos Tufvesson, da Coordenadoria Especial de Assuntos da Diversidade Sexual (Ceads) do Rio de Janeiro também deu total apoio à proposta.

O próximo passo será propor ao Senado a adoção oficial da nova nomenclatura.

Sobre Alexandre

Alexandre Thomé Ivo Rojão, de 14 anos, foi sequestrado, torturado e morto, no Município de São Gonçalo, Rio de Janeiro, em 21 de junho de 2010, ao voltar para casa após assistir a um jogo do Brasil na casa de um amigo. Segundo a polícia, o crime teria sido praticado por skinheads e motivado por intolerância à sua orientação sexual.

Alexandre foi torturado com crueldade. No laudo cadavérico consta que ele foi morto por asfixia mecânica, enforcado com sua própria camisa e apresentava graves lesões no crânio provavelmente causadas por agressões com pedras, pedaços de madeira e ferro. Seu corpo foi deixado num terreno baldio.

O assassinato de Alexandre indignou todo o movimento, cujo sentimento foi sintetizado na carta Estão matando nossos jovens gays!. "A ausência de lei que criminalize o crime de ódio contra homossexuais é um incentivo para que bárbaros pratiquem crimes brutais como este," escreveu Lohren Beauty, presidente do Grupo E-jovem. "Que este crime pese na consciência dos senadores da República que se omitem e são contrários ao projeto de lei 122!".

Três suspeitos foram identificados por meio de ligações do Disque Denúncia e estão sendo processados, em liberdade.

Veja a íntegra do novo texto da lei:

LEI ALEXANDRE IVO
EMENDA - CDH (SUBSTITUTIVO)

Projeto de Lei da Câmara 122, de 2006
Criminaliza condutas discriminatórias motivadas por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero e altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal para punir, com maior rigor, atos de violência praticados com a mesma  motivação.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º Esta Lei define crimes que correspondem a condutas discriminatórias motivadas por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero bem como pune, com maior rigor, atos de violência praticados com a mesma motivação.

Art. 2º Para efeito desta Lei, o termo sexo é utilizado para distinguir homens e mulheres, o termo orientação sexual refere-se à heterossexualidade, à homossexualidade e à bissexualidade, e o termo identidade de gênero a transexualidade e travestilidade.

Discriminação no mercado de trabalho
Art. 3º Deixar de contratar alguém ou dificultar a sua contratação, quando atendidas as qualificações exigidas para o posto de trabalho, motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:

Pena – reclusão, de um a três anos.

§ 1º A pena é aumentada de um terço se a discriminação se dá no acesso aos cargos, funções e contratos da Administração Pública.

§ 2º Nas mesmas penas incorre quem, durante o contrato de trabalho ou relação funcional, discrimina alguém motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.

Discriminação nas relações de consumo
Art. 4º Recusar ou impedir o acesso de alguém a estabelecimento comercial de qualquer natureza ou negar-lhe atendimento, motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:

Pena – reclusão, de um a três anos.

Indução à violência
Art. 5º Induzir alguém à prática de violência de qualquer natureza motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:

Pena – reclusão, de um a três anos, além da pena aplicada à violência.

Art. 6º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 61.......

II...............

m) motivado por discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.”

Art. 121..

§ 2º...........

VI - em decorrência de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.” (NR)

Art. 129...

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade ou em motivada por discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.” (NR)

Art. 140.

“§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:

....” (NR)

“Art. 288....

Parágrafo único – A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado ou se a associação destina-se a cometer crimes por motivo de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.

Art. 7º Suprima-se o nomem iuris violência doméstica que antecede o § 9º, do art. 129, do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal.

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Projeto #EuSouGay lança vídeo da campanha

A banda Belle & Sebastian diz em uma de suas músicas "Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça”. Foi motivada por esta frase que a jornalista Carol Almeida, 32 anos, decidiu não mais adormecer perante os atos ocorridos contra os homossexuais. Daí surgiu o projeto #EUSOUGAY que tem como ponto de partida os crimes não só de homofobia mas de ódio contra os gays, que ultimamente temos acompanhado nos veículos de comunicação.

Após o assassinato de Adriele Camacho, 16 anos, em abril desse ano, e as declarações do deputado Jair Bolsonaro (PP/RJ) no programa CQC, Carol decidiu fazer algo e criou o blog #EUSOUGAY que em menos de duas horas já estava nos Trending Topics do Twitter. Ela explica que o projeto "não é apenas contra a homofobia. É um trabalho contra a intolerância, contra o ódio. Não podemos, não devemos e não vamos viver nesse ambiente".
A ideia era que cada pessoa enviasse ao blog da Carol uma foto com a hashtag #EUSOUGAY, independente de orientação sexual, e ao término de tudo as fotos seriam lançadas em um vídeo. O SOMOS participou dessa campanha e mobilizou no dia 17 de maio de 2011, Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, pessoas na Esquina Democrática, em Porto Alegre, para uma manifestação em prol do projeto.
Pois bem, muitas fotos depois, cerca de 2500 segundo o blog da Carol, o vídeo com as fotos está pronto. Ele foi lançado no dia 06 desse mês e nós aqui do SOMOS estamos orgulhosos de termos feito parte deste momento.

Segundo ela, a frase #EUSOUGAY "se trata de uma afirmação, de uma postura positiva, solar e feliz. Postura que pessoas de todo o Brasil (e até fora dele) assumiram ao entender que ser gay hoje vai muito além do nome que emoldura uma orientação sexual". E sobre as milhares de fotos que recebeu completa: "Pessoas que, pelo amor e respeito ao próximo, levantaram essa mensagem e mostraram seus rostos".

Assista ao vídeo:



terça-feira, 5 de julho de 2011

Toni Reis, um Homem de Respeito!

Ele faz o tipo correto. Boa-praça, agradaria se rezasse missas ou se desse aulas. Digníssimo, preferiu ser o “Toni do Dignidade”. E é a voz mais contundente do Brasil na defesa das minorias sexuais, que estreia a nova série jornal Gazeta do Povo de Curitiba/PR.
Em maio deste ano, o paranaense Toni Reis, 47 anos, foi um dos primeiros a registrar a união homoafetiva no país, após decisão unânime do Supremo Tribu­­nal Federal. Não poderia ser diferente. Toni vem de uma longa trajetória de luta pelos direitos dos homossexuais. Desde 2006, é presidente da Associação Bra­­sileira de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais (ABGLT), posto que o levou ao centro do poder, em Brasília, e a conseguir o apoio do ex-presidente Lula – a quem chama de “amigo”.

Nascido em Coronel Vivida, no Sudoeste do Paraná, o ativista passou a infância e a adolescência no interior, ora em Pato Branco, ora em Quedas do Iguaçu. Foi nesse ambiente de gaúchos, como diz, que percebeu sua diferença. E não só na sexualidade: aos 14 anos, ao se ver excluído pelos colegas na hora do futebol, decidiu comprar uma bola e fazer o seu próprio jogo. Naquela época, um médico lhe avisou: para não ser discriminado, teria de sair da cidade e estudar.

Em Curitiba, Toni Reis se formou em Letras pela Universidade Federal do Paraná. Depois se mu­­­dou para a Europa, onde viveu seis anos e conheceu seu companheiro, David Harrad. De volta à capital, fundou o Grupo Dignidade. Era 1992 – o ano em que Toni Reis “tirou o Paraná do armário.”

Como você paga suas contas?

Casei com homem rico (risos). Estou brincando. Eu e o David temos uma empresa de tradução e também faço consultoria e palestras na área da sexualidade.

Quando descobriu que era gay?

Tinha 14 anos e não era escolhido para jogar futebol. Cheguei para minha mãe e falei: “Sou estranho, doente, pecador e sem-vergonha. Eu sou gay.” Ela respondeu: “Você realmente é sem-vergonha, pecador e doente”. Me levou a um médico de Pato Branco para me curar. E estou aqui bem gay, um líder gay. Foi uma situação complicada: sou do Sudoeste do Paraná, uma região de gaúchos, de família conhecida. O doutor Antônio Freire me falou: “Essa é apenas uma variante da sua sexualidade e você vai ter que ir para uma cidade grande, estudar para ser respeitado. Se for pobre e ficar no interior será muito discriminado.”

Você queria ser padre...

Queria. Mas contei para o meu diretor espiritual que eu era gay. Ele disse que eu não poderia ser padre. Um outro padre, o Sigis­­mundo, falou que o que eu sentia era doença e pediu para eu fazer novena para Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Quando contava para ele que eu tinha desejos pelo Tony Ramos ele me mandava voltar para o primeiro dia da novena. A novena virou uma quarentena.

Foi sua única tentativa?

Não. Me falaram de um pastor que curava de tudo. Fui lá e o pastor falou: “Aqui tem um cara com catarata, um com epilepsia e um guri com um problema sério que eu não vou falar qual é. Mas vamos orar por ele.” Fui a um terreiro e o pai de santo falou que eu tinha pomba-gira com duas cabeças desgovernadas. Pensei no suicídio três vezes. Hoje, se aparecer a cura, não quero me curar.

Você foi discriminado?

Me formei em Letras pela Uni­­­versidade Federal do Paraná, participei muito do movimento es­­­tudantil e fui presidente da Casa do Estudante Universitário, a CEU. Fui candidato a presidente da casa e todo mundo sabia que eu era gay. Nos debates, di­­­­ziam: “Não podemos ter um homossexual presidente”. Foi muito triste.

Hoje, Toni Reis é recebido nos mais diversos segmentos da sociedade. Como você consegue?

Tenho que trabalhar, produzir, escrever e me articular. É preciso ter uma causa e entendê-la. Agora, a minha causa é aliar a ALGBT com outros movimentos. Daqui a dois anos eu me aposento da liderança nacional, mas vou trabalhar com educação. A educação é a solução para muitos problemas no Brasil.

Como é a relação com sua família?

Aos 14 anos, minha mãe me levou a um médico para me curar. E quando eu tinha 27, ela se propôs a casar com o meu marido [para ele conseguir o visto de permanência no Brasil]. Se minha mãe mudou, eu creio que a sociedade também pode mudar. Meus familiares me reconhecem. Fiz um curso superior, especialização, mestrado e estou concluindo meu doutorado. Alguns aceitam e outros respeitam. E uma das nossas grandes reivindicações é que as pessoas nos respeitem. Aceitar é muito difícil.

Qual a sensação depois de ter oficializado sua união civil?

É bacana. Meu amor pelo David continua o mesmo. E agora temos a documentação. Tem a questão do nosso patrimônio. Queremos filhos e estamos no processo de adoção. Em breve vamos ter mais uma resposta. Se perdermos, vamos recorrer.

O que emperra o debate LGBT no Brasil?

A questão religiosa e a heteronormatividade. Nós somos criados para ser heterossexuais. Sabemos que 10% da população é homossexual. Se hoje temos cerca de 1,8 milhão de habitantes em Curitiba, 180 mil são LGBTs. Nos­­­sa criação, educação, as propagandas na televisão, as novelas, tudo é feito para os heterossexuais. Inclusive, nós gays, lésbicas, travestis, muitas vezes pensamos de uma maneira heteronormativa, querendo copiar o mundo hétero. A outra questão é a religião. Na Idade Média, éramos queimados na fogueira pela Santa Inquisição, depois fomos tratados como criminosos e até o dia 17 de maio de 1990 a homossexualidade era considerada uma doença. Ainda tem muito esse rescaldo cultural de tratar a gente como pecador, como sem-vergonha, fora da norma e doente.

Qual sua opinião sobre o kit anti-homofobia, que foi barrado pela presidente Dilma?

Nós queríamos fazer um trabalho com os professores, com um material dirigido a eles. E a Dilma recebeu, pelo deputado federal Garotinho (PR-RJ), uma série de materiais de prevenção à aids relacionado à prostituição e drogas e colocou o kit do “Escola sem homofobia” junto. A Dilma viu aquilo e disse “vamos suspender”. Agora, nós estamos em diálogo com a presidência. Vamos ampliar o trabalho.

Qual a sua avaliação do governo da presidente Dilma em relação às ações LGBT?

No governo Lula tivemos um salto grande, pois ficamos na pressão e cobrando dos ministérios. Hoje, nós temos um plano nacional LGBT e a participação de 18 ministérios. A presidente Dilma está seguindo isso. Teve o revés do kit, mas por pressão. Havia um contexto político. E foi a presidente Dilma que falou que o Garotinho chantageou: “Temos 80 votos. Se não fizerem isso [barrar o kit], vamos fazer aquilo [assinar a criação da CPI do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci]”. Aí, ela suspendeu e agora vamos ampliar o kit. Do limão, a limonada.

Como você vê a influência da religião em questões políticas no Brasil?

Sinceramente, acho que as pessoas devem ter seus valores, mas religião não dá para misturar com política. É inconstitucional ter uma frente parlamentar evangélica. Isso não ajuda a democracia. É claro que quando um evangélico é eleito, ele vai levar seus valores e pode votar com a sua consciência. Mas nós não podemos tornar o Brasil uma teocracia. Temos judeus, católicos, o pessoal de matriz africana e pessoas ateias, que devem ser respeitadas.

Quanto a seus adversários políticos...

Eu converso com todo mundo. Talvez, a pessoa mais chata do Brasil seja o Jair Bolsonaro (PP-RJ). Mas é uma pessoa que não tem credibilidade nacional. Dentro do Congresso, ele já mandou o Fernando Henrique Cardoso para o paredão para ser fuzilado.

Na última semana, a deputada estadual e atriz Myrian Rios comparou homossexuais a pedófilos. O que diz?

O novelista Walcyr Carrasco foi muito feliz ao falar que ela é burra, embora não seja essa a minha opinião. Ela é uma mulher mal-informada. Não quero ser moralista, mas se olhar para o passado dela não a contrataria para ser a babá dos meus filhos. Espero que um dia ela venha para a luz.

Entrevista concedida aos jornalistas Aldrin Cordeiro e Marcelo Furtado
Fotos: Alexandre Mazzo, jornal Gazeta do Povo


jornalista Adriano Rosa, do CULTURA POP GLS, com Toni Reis e seu marido, David Harrad, na 1ª Marcha Nacional contra a Homofobia, realizada em Brasília no ano passado