segunda-feira, 25 de abril de 2011

Insensato Colocon - capítulo 4


novela de NOXYEMA JACKSON

CAPÍTULO 4

- Deixem a moça em paz, senão quiserem levar uma bala no meio da fuça! – sai gritando de dentro do carro Mr. Gonzaga, de arma na mão, envolto numa capa preta e óculos escuros. Amedrontados, os rapazes começam a correr, deixando Verusca em paz.
A mona não sabia o que era pior: enfrentar os bofes que estavam a lhe importunar ou estar cara a cara diante de Mr. Gonzaga. O “poderoso chefão” se aproxima de Verusca.
- Acho que você tá me devendo mais uma, não é princesa? Quase leva uma surra...
- Muitíssimo agradecida, Gonzaga, mas, eu mesma daria conta daqueles pivetes.
- Será mesmo, Verusca? Não me parece que você esteja animada para brigas... Vê-se em seus olhos e você sabe que eles não mentem jamais... Vamos! Entre no carro, agora!
Enfático e determinado, Mr. Gonzaga segura Verusca pelo braço, arrastando-a para o veículo. A mona tenta argumentar, mas é inútil. Praticamente ela é jogada na traseira da Courier, deparando-se com dois rapazes e uma racha que lá permaneceram. A porta é travada e o carro sai em alta velocidade. Verusca nem ousa perguntar para onde estava sendo levada.

Em Ribeirão, Marisa retorna do shopping. Havia feito ótimos negócios com suas camisetas e conseguido novos pedidos. Priscila já estava dormindo, mas antes deixara para a amiga um bilhete em cima da mesa: “Vamos sair amanhã às 8h. Não se atrase, ok! Boa noite!”.
- Hum... Com coisa que sou eu que perco a hora todo dia para trabalhar... Essa minha amiga, viu! – diz ela para si mesma. Antes de se deitar, Marisa foi atualizar seu blog. Tinha dois: um pessoal e outro comercial. No primeiro, postava seus pensamentos, ideias, humor, críticas... No segundo, dedicava-se exclusivamente para divulgar suas produções. As camisetas temáticas eram uma renda extra que entrava em seu caixa, afinal, há tempos sonhava com uma bela e longa viagem ao redor do mundo. Porém, não queria ir sozinha...

Em Paraíso, Tyler conseguiu fornecer para todos os contatos que lhe procuraram o restante de “colocon” que possuía. Anotava tudo em um caderno, que escondia a sete chaves em seu “cafofo”, afinal, se um dia ele rodasse, não iria sozinho. Meio mundo dançaria com ele. O rapaz estava preparando-se para deitar, quando seu celular toca. Era Verusca.
- Hummm... Já está com saudade do seu tigrão? – pergunta ele, esperando a resposta da mona do outro lado da linha, porém, o que ele ouve é um som alto e muitas vozes. – Alô! Alô! Verusca? Você tá me ouvindo?
Discretamente por dentro de sua bolsa, Verusca fizera a ligação para Tyler, na intenção de que ele, ao atender, ouvisse aquela algazarra e percebesse o que estava se passando. Foi batata! Apenas alguns minutos ouvindo aquele fuzuê e o bofe sacou que a mona estava em poder de Mr. Gonzaga. Por um instante ficou sem ação, mas, depois, desligou e mandou à Verusca uma mensagem: “Fique calma. Já saquei tudo. Vou tirar você dessa enrascada”.
Verusca conseguiu ler a mensagem que a deixou mais aliviada. No carro Mr. Gonzaga fazia afagos em Grazy, a racha loira que estava ao seu lado no banco dianteiro. Atrás, a mona permanecia calada, enquanto que os bofes ao seu lado riam e falavam de mulheres. Quarenta minutos depois, o carro chega ao sítio do “poderoso chefão”. Ele manda todos descerem.
- Agora o papo é entre nós! Meninos, tragam esse traveco até o meu escritório.
Sem titubear, os rapazes conduzem Verusca, deixando-a depois a sós com Gonzaga.
- Você já me enrolou demais, não acha? – pergunta ele, batendo a mão na mesa.
- Sem violência, Gonzaga! Podemos resolver tudo na base do diálogo...
- Diálogo? Não me venha com “ideinha”, porque de lorotas suas eu tô cheio! Eu quero a minha grana, Verusca. A graaa-na! Já lhe dei tempo demais. Quando você vai me pagar?


Continua na próxima postagem.
Esta é uma história de ficção. Qualquer semelhança com nomes,
pessoas ou fatos, terá sido mera coincidência

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