Com o objetivo de acabar com o veto à doação de sangue por gays e homens bissexuais no Brasil, a ONG Estruturação (Grupo LGBT de Brasília) realiza a campanha Mesmo Sangue. Mesmo Direito. A intenção é mobilizar tanto homossexuais, bissexuais e transgêneros quanto heterossexuais para que participem de consulta pública sobre o tema realizada pelo Ministério da Saúde até 2 de agosto.
"É o momento de agirmos. Uma consulta pública é feita justamente para ouvir a sociedade. Então, que a gente se faça presente no debate e demonstre o quanto proibir a doação por nós é preconceituoso", explica Welton Trindade, diretor do Estruturação. Pelas regras atuais, que vigoram desde 2004, um homem que tenha feito sexo com homem nos 12 meses anteriores à coleta de sangue não pode fazer a doação. Anteriormente, a legislação proibia completamente a doação por gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (denominação para quem não se identifica como gay ou bissexual).
A consulta pública, que envolve todos os aspectos da doação de sangue no país, marcará a transição dessa responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o Ministério da Saúde.
No site da campanha, há matérias jornalísticas com estudiosos, políticos e ativistas contrários ao veto, uma série de argumentos sobre porque a proibição é inadequada e instruções a respeito de como participar da consulta pública. A logomarca da campanha foi criada pelo designer Tagore Vilela, voluntário do Estruturação.
"O que queremos?". É simples. Que as mesmas regras aplicadas aos héteros sejam colocadas para nós. Se um hétero é vetado por ter feito sexo sem camisinha, defendemos que um gay também receba o mesmo tratamento. Não dá para continuar como é hoje: nem querem saber se fazemos sexo seguro ou não. Se somos homossexuais, bissexuais ou outros homens que fizeram sexo com homem (que não se identificam como gay ou bi), nada mais vale. Somos vetados e ponto? diz Trindade.
O site da campanha é o www.mesmosanguemesmodireito.wordpress.com
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