escrita por NEX SLIM SUMMERS.
Esta é uma estória de ficção. Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou fatos terá sido mera coincidência.
CAPÍTULO 9
- É aqui? – pergunta Sérgio.
- Sim... Pode entrar, não tem ninguém nos vendo!
- Você faz programas aqui?
- Algumas vezes, sim... É escuro e as árvores tampam a visão da avenida. Outras vezes é dentro de carros, no mato, nos fundos do campo da Paraisense... Depende do cliente... Mas, a gente veio até aqui só para conversar, não é?
- Bem... Não necessariamente...
Neste momento, Adryan recebe um SMS da operadora de Raven informando que o seu celular já estava apto a receber chamadas. O DJ liga imediatamente.
- Só um minuto, ok! – diz Raven Rol ao ouvir o celular tocar.
- Você vai atender? – indaga Sérgio, um pouco aflito.
- Claro, por que não?
- E se for um cliente? A gente tem que conversar...
- Eu só vou ver quem é! – mas, neste instante, Sérgio se aproxima e segura a mão da mona, impedindo que a bil atendesse o celular.
- Sérgio, o que há com você?
- Não há nada. Só preciso conversar com você e agora!
- Estamos aqui e até agora você não me disse nada, nem no caminho!
- Você não me deu chance, aliás, você não está me dando chance. Eu nunca fiz isso... e, nossa... o que eu estou fazendo aqui? – diz ele, confuso.
- Você está muito estranho, Sérgio! Eu vou sair daqui.
- Não para eu vir aqui para fazer isso, mas vou fazer.
E neste momento Raven se surpreende com o que o rapaz tira do bolso de sua jaqueta.
- Posso saber o que você pretende com isso?
- Quero que você ligue para o Daniel e fale pra ele vir aqui agora!
- Ah, tá! Abraça! Um cara armado me pede para chamar meu amigo e acha que eu vou fazer isso? Aí você acordou, né!
- Bom... Se você quiser viver, é melhor fazer o que estou mandando. Liga pra aquela bicha, fala pra ela vir para cá agora e não diga nada a ele sobre o que está acontecendo aqui. – diz Sérgio, nervoso e autoritário.
Na casa de Adryan, o DJ anda de um lado a outro, preocupado pelo fato de Raven não atender à sua ligação e nem lhe responder a mensagem. De repente seu telefone toca mais, mas ele não reconhece o numero.
- Alô!
- Olá! Meu nome é Fernando. Falei contigo na quadra hoje, tá ligado?
- Ah, sim! Claro – responde ele todo animado. – Pensei quem nem ia me ligar...
Do outro lado da linha, Adryan ouve um risinho do bofe.
- É... Eu demorei um pouco, mas você sabe, né... Família, jantar...
- Sim, sei! Estou só enchendo seu saco. Na verdade estou um pouco preocupado com uma amiga. Ela faz programas e eu ligo no celular dela, mas a bicha não me atende... – diz Adryan, já deixando o papo mais claro.
- Hum... Você tem amigos gays? Que legal...
“Você está falando com um” – pensa Adryan antes de responder.
- Sim, tenho muitos. Meu estilo de som é mais voltado ao público LGBT. Algum problema, Fernando?
- Não, problema algum! Tenho mente bastante aberta e respeito todas as tribos! Mas, onde você está? Podemos nos encontrar?
- Estou no meu estúdio, mas estava pensando em ir até a avenida onde esta minha amiga faz ponto.
- Você tem um estúdio? Que massa!
- Estúdio é modo de dizer. Estou em minha casa, mas tenho aqui um pequeno estúdio onde faço algumas produções... Antes de você voltar para São Paulo, se quiser, poderá vir aqui para conhecer...
- Irei sim! Mas, você me disse que vai até a avenida se encontrar com sua amiga? Eu estou de carro aqui. Se quiser, posso te levar...
Adryan aceita prontamente a carona.
Na avenida Oliveira Rezende, o clima está tenso entre Sérgio e Raven. O rapaz ameaça a mona com a arma na mão porque a bil se recusa a ligar para Daniel. Mas, do nada, um carro se aproxima da construção. Sérgio pensa ser uma viatura e abaixa a arma. No veículo, os dois são observados por Daniel, que se revolta ao ver seu amado com aquela que ele considerava ser sua melhor amiga. Na cabeça da mona o babado já havia acontecido e, com muito, ódio, Daniel vai embora fazendo uma promessa... “Ravel Hol, vou destruir você, pode esperar.”
Continua na próxima semana.
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