domingo, 25 de setembro de 2011

Insensato Colocon - capítulo 24 (último)


novela de NOXYEMA JACKSON

CAPÍTULO 24

> > > ÚLTIMO CAPÍTULO < < <

 O clima era tenso, mas não houve palavras, apenas troca de olhares. A Polícia Civil chegara ao local ordenando que todos saíssem do “xis” e fossem para as viaturas. Seriam levados à delegacia para prestar depoimentos e depois, liberados. O corpo de Gonzaga também seria recolhido para ser preparado ao funeral. Na busca minuciosa feita pelos alibãs, nenhum “colocon” foi encontrado no sítio, bem como nada que incriminasse Grazy e Tyler, citados por Eduardo como cúmplices do plano para matar o “poderoso chefão”. Nenhum deles foi detido. Já Priscila foi levada algemada para a prisão. Marisa acompanhou a tudo e apenas disse à amiga, ou “ex”, que veria um advogado para acompanha-la no caso. Priscila fez um muxoxo e diz à Marisa que não queria nada dela e de ninguém e, se preciso fosse, faria tudo de novo. Nitidamente fora de si e ré confessa, complicou-se ainda mais. Aliviada, Pérola consolava Kelly, que estava decepcionada por ter gostado de uma pessoa como Priscila.

 Enfim, o tempo passou... Eduardo bem que tentou, mas Verusca não quis ouvir uma palavra de sua boca. Cheio de remorso, decidiu dar tempo ao tempo e voltou para Ribeirão. Logo conseguiu um emprego na sua área, Publicidade, na EPTV. Tyler também não teve chance de se explicar com Verusca. Marrento, também decidiu esperar a mona se acalmar e foi cuidar dos “negócios”. No dia do assassinato, ao optar por não cometer o crime, Tyler decidiu pegar e esconder todo o “colocon” que havia no sítio. Esperou a poeira abaixar e Grazy sumir da área. Depois, discretamente, começou a abastecer as bocas, a repassar nas festas. Sabendo quem era a clientela, foi se impondo e logo se tornou o novo “chefão” do pedaço. Era manjado pelo serviço de inteligência dos “homens da lei”, de vez em quando perdia “colocon” nas blitzes, mas sabia safar-se. Não deixava rastros... E o “negócio” era rentável; se um cai, surgem outros para dar continuidade ao ilícito. Do outro lado da guerra, programas como o PROERD trabalhavam na base com a molecada, apresentando a elas os perigos do contato com as drogas. Em surdina, Eloy passou a ser comparsa de Tyler. Verusca nem podia sonhar com isso e, para não decepcionar mais a mona, optaram em não “darem pala”, ficando mais distantes da bil e, quando se encontrassem, seria esse dia mesmo... Já Grazy recebera um chamado do Céu e subitamente decidi entrar para a Congregação das Carmelitas Descalças. Porém, vira e mexe vinha a Paraíso chorar e colocar flores na lápide de Gonzaga, seu eterno amor...

Fabinho San Mon Netty, Danilo e Lucas conversaram entre si e decidiram não excluir Marisa da lista de suas amizades. Ficariam com um pé atrás, mas nada que a nissei não tirasse de letra. Diante do plano sórdido bolado por Eduardo, Grazy e Tyler, e ainda envolvendo Verusca, sua melhor amiga, Adrianny decidiu deixar prá lá o que estava sentindo por Dú para dedicar-se exclusivamente a Carlos, o bofe de sua vida. Já Verusca estava numa sinuca de bico, dividida entre os sentimentos por Eloy, Tyler e Eduardo, mesmo os dois últimos tendo armado uma cilada para ela só para livrá-la da dívida com o finado Gonzaga. Uma coisa era certa: com tudo o que ocorrera, Fabinho San Mon Netty simpatizou-se pela mona e deu a ela um bom emprego em sua empresa. Verusca amou. Pelo menos iria ficar longe da avenida por um bom tempo... Logo ela fez amizade com Lucas e Danilo, que passaram a ser representantes da empresa de Fabinho em Ribeirão. Os dois também amaram trabalhar com Fabinho, pois eram fãs ao extremo dele. Na agência Teúdo, o comentário era que um “ménage à trois” fortíssimo passou a rolar entre eles... Marisa também se tornou amiga de Verusca e sempre que vinha a Paraíso, ela trazia uma camiseta especial para a biba. As duas tinham altos papos sobre os bafões, as baladas, os bofes e, claro, Eduardo. Desencanada, de viagem e casamento marcado para Europa com um empresário italiano que conhecera no site Disponível.com, Marisa incentivava Verusca a dar uma chance a Dú e não punha muita fé no rolo dela com Tyler e Eloy, a quem julgava imaturos e moleques. No fundo a mona concordava com a análise, porém, relutava. Estava farta de decepções e fantasias... Queria algo real e concreto!

Mas... Sempre tem um mas... E o coração de Verusca falou mais alto que a razão!
No dia que Pérola e Kelly oficializaram sua união estável em cartório, depois elas deram uma festa no Espaço 88 sob o comando da RG Eventos & Italian Buffet. Professores e alunos do colégio onde Kelly lecionava compareceram. Muitos pais também. A homofobia aos poucos foi sendo superada. As lésbicas convidaram Marisa para fazer a decoração e, a fim de dar uma forcinha para a nova amiga, a nissei chamou Eduardo para vir, afinal, ele também era amigo de Pérola e Kelly, mesmo tendo decepcionado ambas com a trama da morte de Gonzaga. Contando com a ajuda de Adrianny e Carlos, Marisa levou Verusca e foi lá que ela se encontrou cara a cara novamente com Eduardo.  De joelhos, no meio do salão e diante de uma plateia atônita, Dú pede perdão para Verusca que, não resistindo à atitude apaixonada do bofe, ergue-o e dá-lhe um forte, demorado e ardente beijo, sendo ambos muito aplaudidos por todos sob uma chuva de pétalas de rosas!

F I M

Um comentário: