sábado, 21 de maio de 2011

Insensato Colocon - capítulo 8


novela de NOXYEMA JACKSON

CAPÍTULO 8

Emocionada e um pouco confusa, de súbito Verusca dá um forte abraço em Eduardo e começa a chorar. O rapaz leva um susto e fica sem ação, mas depois corresponde ao gesto.
 - Ei! Calma! Por que choras? Eu estou aqui. – diz ele, enquanto afaga o rosto da bil.
 - Me desculpe, eu realmente estou muito nervosa! Mas, entre, sente, fique à vontade!
Assim Eduardo faz. Em seguida, Verusca prepara uns drinks. Os dois começaram os contatos há mais de dois meses pela rede social, porém, somente naquele momento estavam frente a frente. Nas conversas, falavam de si mesmos e de seus problemas. Ele, do relacionamento conturbado com Priscila e Marisa; ela, lamentando o término de namoro com Eloy, seu ex-bofe. Um era conselheiro do outro e, papo vai, papo vem; xaveco pra lá e prá cá; exibições picantes via webcam, o clima foi surgindo, até que combinaram de se ver quando Eduardo viesse a Paraíso. Medições dos pés à cabeça eram feitas por ambos enquanto tomavam o drink e continham os hormônios... Aos olhos da mona, Eduardo era um rapaz perfeito: corpo magro, pele lisa, sorriso bonito, tipo malandro... Na análise do bofe, Verusca nem se parecia com um homem. Minutos depois, ambos deixaram as palavras e partiram para a ação. Por algumas horas, Verusca esqueceu-se de Tyler e Eduardo não pensou em Marisa e Priscila. O babado reinou lindo, nervoso, animal, extasiante. Adormeceram entrelaçados.

 No dia seguinte...
 - Priscila, estou saindo! Vou até àquela ONG ver o pedido das camisetas do arco-íris! Mas antes, me responda: sonhou muito com o Dú ou com a Kelly? Pensa que não notei?
- Aff! Você é porreta, hem! Sacou de cara que aquela lésbica estava me secando?
 - Claro! Mas, um aviso: não vá estragar o relacionamento da Pérola com a Kelly... Elas se amam e, agora, com o reconhecimento do Supremo da união homoafetiva, é bem capaz delas oficializarem o romance sólido que mantém há anos. Pensam até em adotar!
 - Que horror, Marisa! Vê lá se eu vou dar alguma moral para aquela “coisa”? Quanto ao Dú, quero esquecê-lo. Já você, parece que ficou toda contente em ver o bofe!
 - Eeeeuuu??? Ficou maluca, mulher? Eu estava achando graça daquela situação! Mas, voltando ao assunto da Kelly, não gostei do seu tom ao se referir a ela. Que homofobia é essa, Priscila? Foi só uma “comida” literalmente com os olhos. Ela nem se declarou ou te tocou!
 - Ela não é louca. Se fizer isso, cubro aquele sapatão de tapas!
 - “Abra a sua mente, amore”. Quando retornar, talvez seja eu quem ficará noites acordada até tarde criando modelitos para apresentar ao Fabinho San Mon Netty.
 - Já pensou nós duas trabalhando juntas para ele? Será o máximo! Fiquei muito feliz de ele ter aceitado minha criação. Agora é desenvolver tudo e sair à caça de novos clientes!
 - Isso mesmo! Querida, estou indo! Mais tarde a gente se fala, principalmente sobre esta sua homofobia enraizada. Beijos! – e ela sai, deixando Priscila pensativa com o que disse.

 Em Paraíso, no sítio de Gonzaga, o poderoso chefão confere com Grazy o farto carregamento de “colocon” que acabara de chegar. A clientela já estava afoita ligando, algumas bocas estavam desabastecidas, era preciso repassar para faturar logo.
 - Ótimo! Este produto é o que há no momento, bem mais forte. Todo mundo tá querendo experimentar... Você fez um belo trabalho! A viagem foi tranquila, sem nenhum incidente, nenhuma batida dos “homi”... É assim que eu gosto! Agora você está quite comigo pela tentativa de traição em querer ajudar sua amiguinha Verusca a se livrar do castigo que lhe apliquei. Dei uma semana pra aquele traveco me pagar. Espero que este seu gesto estúpido de querer bancar o herói, não se repita, fui claro? – diz ele olhando fixamente para Tyler.
Continua na próxima postagem.
Esta é uma história de ficção.
Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou fatos, terá sido mera coincidência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário